sábado, 20 de junho de 2009

Último Soneto


Que rosas fugitivas foste ali:
Requeriam-te os tapetes - e vieste...
- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.

Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste
-Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...

Pensei que fosse o meu o teu cansaço
-Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...

E fugiste... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...

Mário de Sá-Carneiro

3 comentários:

Maria Souza disse...

Oi Amiga
Vim fazer uma visitinha ao teu espaço.
Parabéns pelo teu blog. Ele está lindo

Bjos
Maria Souza

Unknown disse...

Estive por aqui em visita ao seu blog! Abraços Ademar!!

luis lourenço disse...

Boas-festas e um 2010 muito feliz, com saúde,paz, amor e poesia...e melhor para todo o Mundo.

beijinho,

Véu de Maya