terça-feira, 21 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Neste Natal...



Neste Natal…
O Sol no centro da galáxia vai brilhar
A Luz, o calor vai-nos fazer chegar
O Som dos sinos vai anunciar… que é Natal

Uma reacção de Amor vai acontecer
Exo ou endotérmica estará a brotar
Com uma vareta vamos tudo mexer
E grande energia vai-se libertar

Um circuito de luzes está a decorar
Uma escola reflectida num filtro de mil cores
Onde os alunos vão felizes, estudar e partilhar
Nos laboratórios como se fossem doutores

Numa bureta está a poção especial?
Ou será que está dentro de um balão?
Gota a gota flui a amizade do Natal
E a construção de um grande coração

Do micro ao macro, somos todos importantes
Nesta longa calha o atrito é fundamental
Faz-se muito perto os que estão distantes
Para que sempre seja Natal!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Lusíadas (versão moderna e livre)

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas...
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano...
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

(Receida por mail_Autor desconhecido)

sábado, 11 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fernado Pessoa morreu há 75 anos


Fernando António Nogueira Pessoa
Lisboa, 13 de Junho de 1888 - 30 de Novembro de 1935.
Morreu com apenas 47 anos, vítima de cirrose hepática fulminante por abuso de absinto e outras bebidas super-alcoólicas.
Havia nele muitas pessoas, todas elas de muito talento. Recordemos aqui uma delas:

Encostei-me

Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.

Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.

Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.

Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Ah, todo eu anseio por esse momento, como por outros análogos
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro.

Álvaro de Campos