Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner Andresen
1 comentário:
Cara Amiga Safira,
Vim aportar a este seu blogue por indicação dos amigos Isabel e José António, do blogue Poesia Viva.
Vejo este poema da Sofia de Mello Andresson,sobre este pontapé no traseiro, o qual se poderá aplicar ao Socrates bem como a todos os outros ex-primeiros ministros que nos vêm (des)governando desde há mais de trinta anos. Desde essa altura, as esperanças que foram semeadas, têm vindo a ser metidas na arca congeladora. Este 1º.ministro é como todos os outros... nem melhor nem pior.
Para além disto venho convidá-la a visitar o meu blogue sobre vegetarianismo no qual encontrará não só os seus fundamentos como também receitas variadas, simples e saborosas.
Um abraço
António Machado
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