A luz de carbureto
que ferve no gasómetro do pátio
que ferve no gasómetro do pátio
e envolve este soneto
num cheiro de laranjas com sulfato
(as asas pantanosas dos insectos
reflectidas nos olhos, no olfacto,
(as asas pantanosas dos insectos
reflectidas nos olhos, no olfacto,
a febre a consumir o meu retrato,
a ameaçar os tectos
da casa que também adoecia
ao contágio da lama
e enfim morria
nos alicerces como numa cama)
a pedregosa luz da poesia
que reconstrói a casa, chama a chama.
Carlos de Oliveira
1 comentário:
Safira,
A "pedregosa luz da poesia
que reconstrói a casa, chama a chama" como precisamos disso...
Um abraço.
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