Um fusil com
balas de insulto pede-me
a pontaria certa para a queda.
A ferida entreaberta que desce o corpo ,
atabalhoadamente,
sem cores, talvez rubra ,
talvez não, chama-me.
Doem-me as mortes, até as verdadeiras.
como se fossem falsas,
como se me agonizassem sem que eu peça que mintam.
São mentira, as balas de insulto, de fel insulto,
é mentira a arma com que se dispara a emoção, ou as rajadas de emoção.
A inércia dá à costa, e as lágrimas dispõem-se em areal para a receber.
então eu marco um lanche na minha agenda.
um lanche comigo mesmo, ao qual não chegarei a tempo.
tenho fome, tenho fome de um fusil de verdade.
Nuno Travanca
3 comentários:
Um texto francamente bom ...
Gostei muito
Um bom feriado
Bjgrande do lago
forte o poema e profundo na sua textura...Safira...estou pra lhe agradecer o reconhecimento que faz ao meu Blogue...tenho sido parco em visitas mas vou tentar vistá-la mais vezes..pois a qualidade do eu blogue é evidente...
beijinho,
Véu de Maya
errata:
a qualidade do seu blogue é evidente.
Enviar um comentário