Mote: Com o meu vestido preto
Eu nunca me comprometo
Tenho um discurso limpinho
E cheio de sensatez
Digo as coisas de mansinho
E falo bem pianinho
De modo muito cortês
C’o meu discurso da treta
Não há quem me comprometa
Eu não alinho em doidices
Nem abuso de topete
Com umas quantas sonsices
Outras tantas lamechices
Já componho o ramalhete
C’o meu discurso da treta
Não há quem me comprometa
Por isso eu palavreio
Sempre com muito juízo
Eu sombreio e branqueio
Pranteio e saracoteio
Mas eu nunca concretizo
C’o meu discurso da treta
Não há quem me comprometa
Não me meto em alhadas
Muito menos em querelas
Não calcorreio auto-estradas
E “manifes” nem pintadas
Não vá o outro tecê-las
Luís Costa
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